Maus amigos são aqueles que falando candidamente, insinuando, bajulando e fazendo habilidoso uso das palavras, conquistam o coração dos ignorantes e destroem a bondade da mente das pessoas."
Nitiren Daishonin

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A Mentira


Já cheguei a ter raiva e não suportar uma pessoa mentirosa, mas hoje, cheguei à conclusão que mentira não é defeito, é doença ou, no mínimo, o pior dos vícios. Não estou falando das mentirinhas inocentes, essas que qualquer um de nós seres humanos, já falamos um dia. Concordo que existem determinadas situações em que mentir pode até ser um ato de bravura.



Na verdade, até reconheço que somos ensinados a mentir desde crianças, muitas vezes pelos nossos próprios pais, que também não podem ser culpados, pois nem conseguem reparar que estão mentindo. Quem não se lembra de mamãe algum dia ter lhe dito, ao toque de um telefone em hora imprópria “Diga que não estou ...”. Quantas vezes fomos obrigados a dar “beijos mentirosos” quando éramos crianças, ou até mesmo pedir “desculpas mentirosas”.
Não, não estou falando desse tipo de mentira, mas daquele em que a pessoa mente de graça, faz da mentira seu modus vivendi. Essas pessoas são a própria mentira. Seu caráter inescrupuloso as leva a acreditar que são muito espertas. Há um incansável desafio em atingir o objetivo que é simplesmente constatar que conseguiu enganar alguém. A cara de bunda que fazem quando lhes apresentamos as provas de sua mentira levam-nos a acreditar que se trata realmente de uma personalidade psicopata ou até mesmo esquizofrênica, pois essas pessoas realmente perdem o contato com a realidade.
Elas não seriam tão nocivas se todos nós soubéssemos identificar com rapidez seu verdadeiro caráter (ou falta de). Por outro lado, quando chegamos a conviver com alguma delas, não podemos culpá-las por nossas decepções ou sofrimento, pois alguém já disse que quando alguém nos engana a primeira vez, a culpa não é nossa, porém, quando alguém nos engana a segunda, a culpa é nossa. Concordo plenamente com essa afirmação.
Por já ter tido a oportunidade de conviver e conhecer muito bem essas pessoas, tenho muita prática em identificá-las. E sinto pena delas. Não têm uma vida própria, pois vivem sempre alguma vida inventada. E nunca são amadas pelo que são, mas pela imagem que tentam passar (e que conseguem muitas vezes). Mas, como toda mentira não consegue ter pernas longas, há uma fila enorme de desafetos em sua vida. Normalmente, em sua velhice terminam sozinhas ou com alguém que delas se compadecem.
Vale lembrar que a mentira muitas vezes não é dita; é exercida através de silêncios, omissões. Fazer uma pessoa acreditar numa situação ilusória também é uma mentira. Por isso, digo que não tenho pena de quem é enganado, mas tenho pena, sim, de quem engana. O enganado é apenas um bobo, mas quem engana é um doente.  Bobeira, é opcional.  Doença, não.

 


 Sueli Benko

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Percepção

Nas correntezas insólitas do viver,
mergulhei em mares insípidos...
impotente fui porto,
inatingível fui estrela,
inexpugnável fui fortaleza;
Suavemente sou brisa!
Em cárcere  fui ostra...
Renascer é meu paradigma.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sessão Coruja-Vestida De Chuva






Não quero jogar palavras ao vento,
Quando chegam ao destino,
Já mudaram de vestido.

Não quero o negativo,
Quando ele é revelado,
Todo mundo está parado.

Quero o movimento,
O sopro leve da brisa,
O que a vida precisa.

Quero ser a que vim.
E vim pra ser o quê?
Sou um eterno por que!

Por que falo de amor
Se nunca fui amada?
Fui vestida de vento e palavra.

Fui pra onde cai.
Ergui-me suja de lama,
Mas com alma limpa de quem ama.

Nua despida de vento,
Vi-me vestida de terra,
Com pó de preciosa pedra.

Porque ali nasci,
Porque ali me amei,
Foi ali, quando cai e levantei.

A chuva me lavou e chorou,
Eu pra ela sorri,
Vestida de chuva renasci!

Elaine Barnes 16/10/2009
(Fotos site Olhares)
Nas Asas Da Coruja